12 de março de 2011

A parábola da criação.

Esta manhã cheguei às dunas antes de o sol se levantar.O vento de ontem e alisou a areia com cuidado e os desenhos da sua passagem sôbre os horizontes mostram-se em todo o seu esplendor e em tôda a sua misteriosa novidade.O mar de areia estende-se à minha frente até o horizonte,onde a luz da aurora anuncia o despontar do dia.Poucos espetáculos da natureza são tão puros como um mar de dunas sob o céu azul do Saara! Parece o espetáculo da criação no seu início,e o apelo espiritual é tão forte o visível e o invisível serem perceptíveis numa única realidade.Areia e céu separados por uma linha horizontal contínua : nada mais. No entanto, é a parábola da criação que começa e que narra à minha consciência todo o seu sentido encoberto.
     Nenhum ôlho simple,virginal,infantil que se abra sôbre êste espetáculo pode correr o risco de duvidar.Deus está lá,como a areia e o céu estão lá.Podes começar a falar com Êle.a sua presença é feita assim.Suas palavras são os próprios elementos que compõem o quadro.Sua mensagem está contida nas coisas,seu pensamento é manifestado pela realidade que me circunda.Tudo se torna símbolo que me aproxima do seu mistério e me prepara para alguma coisa que virá e que no entanto já veio.
     Cheio de amor reconhecido,toco aquela beleza que é a sua beleza,contemplo aquela harmonia que é a sua harmonia,fico encantado com aquela novidade que é a sua novidade.(Texto tirado do livro:Para além da Criação.Carlos Carreto)




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