24 de dezembro de 2012

Ninho vazio



Quando estava no fim da minha carreira,meus filhos eram adolescentes .Eu ainda não sabia sobre a síndrome
do ninho vazio,mas já começara à perceber que quando queria sair,as "crianças" já não queriam me acompanhar mais.Então tive o desejo de adotar uma criança para preencher o vazio que já estava sentindo.Foi uma época muito difícil da minha vida,pois aconteceu quando estava me aposentando e meu casamento estava se desfazendo.Fiquei muito depressiva e parecia que meu mundo estava acabando.E quatro anos depois minha mãe ficou muito doente e veio à falecer.Hoje pensei em escrever algumas linhas no blog,me lembrando dela.Foi uma guerreira.Perdeu os pais quando ainda era menina e foi criada por padrinhos,trabalhando na lavoura,cuidando das criações do sítio e à noite que era para descansar,cuidava de crianças.Casou-se,mas a felicidade nunca chegou para ela.Teve seis filhos e meu pai nos abandonou quando ela teve o último filho.Foi um grande mulher,uma boa mãe , avó e bisavó.Ainda criou cinco netos.Com tudo isto,passou pela síndrome do ninho vazio muitas vezes.Quando o marido foi embora,quando os filhos foram indo cada um para seu canto e depois os netos no mesmo destino.Amei-a muito,mas nunca disse em palavras.Ela não recebeu carinhos e também não sabia dar nem demonstrar,mas nós sábiamos o quanto ela nos amava.
  No seu último dia de vida,em meio à dôr de um câncer que a consumia,ela me disse:Lizinha,minha filhinha querida!Meu Deus,são palavras que nunca esquecerei.
  Hoje,como sinto não ter demonstrado mais meus sentimentos para ela,não ter me dedicado mais.Mãe querida,quanta falta nos tem feito.
   Existem filhos que amam tanto seus pais,que se dedicam à eles suas vidas e muitas vezes abdicando de ter uma família. Não passarão por esta síndrome,mas quando os pais se forem ficarão sozinhos no ninho.
  Passei também pela síndrome do ninho vazio, e hoje estou relativamente bem.Deus sempre foi muito bom comigo.O filho que adotei é especial,depende de mim.Faz me companhia em tempo integral,viajamos bastante.Vamos para atividades de igreja juntos e assim estou em paz.Meu maior dever é prepara-lo para vida e convivências com outros para quando eu não puder mais cuidar dele.
O meu conselho para quem está sentindo que o "ninho" está esvaziando é este:Envolva-se em sua igreja ou seja voluntário na sua comunidade. Fale com seu padre, pastor ou ançião,eles te ajudarão a escolher a melhor equipe.Engajar com jovens é maravilhoso,eles são cheios de vida,de energia e estão sempre dispostos a compartilhar.Você pode (ensinar) ou tocar algum instrumento.Fazer parte de um coral e outras tantas atividades.
 Muitas igrejas têm grupos de pessoas que estão passando pela mesma coisa e que se reúnem para atividades, passeios e hobby.


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